segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Em jeito de balanço

Por insondáveis (e impartilháveis) motivos a minha vida deu voltas e reviravoltas nos últimos meses. Pelo meio muita coisa tive de aprender (à minha custa).Várias pessoas que comigo privaram durante esse tempo testemunharam aquilo que fui e senti. Nunca escondi as várias batalhas e demónios (interiores) que então enfrentei. Hoje posso afirmar que foram combates que perdi em toda a linha e ordem. A minha vida mudou mas não está muito melhor do que estava então. Lições há que me foram apresentadas mas das quais pouco consegui retirar como conclusão. Deverei ser mais impermeável a elas do que gostaria. Quem sabe um dia. Por aquelas pessoas (sem excepção), e dos amigos que entretanto conquistei, sinto uma imensa gratidão pelos conselhos e opiniões que comigo generosamente partilharam e pelas experiências que nunca me negaram. Não planeei o que, nem como, vivi, durante os quase vinte meses que decorreram desde que o meu mundo iniciou a sua transformação. Hoje concluo que tinha de passar pelo que passei para que hoje aqui pudesse falar livremente. Não deixo, apesar de tudo, de me considerar enriquecido por todas as memórias que fizeram (e nunca permitirei que deixem de fazer) parte de mim durante aquele período. São marcas indeléveis do meu ser e que retenho e recordo ao escrever estas palavras no caderno para o qual as verto, nesta minha típica letra apressada e urgente. Tive de me afastar de muitas "realidades", perdendo-me um pouco do caminho que traçara até então, para que me pudesse ver de fora. Nem sempre (alguma vez??) gostei do que (me) vi... E por isso tentei ser melhor em certos aspectos da minha maneira de estar. Admito não ter ainda melhorado parte deles mas mesmo assim os principais foram modificados e corrigidos. Mas mesmo tendo melhorado, alguma insegurança e auto-crítica (excessivos?) ainda permanecem em alguma medida e dimensão. Tenho de os combater.

Já vivi e passei por muita coisa, nas dezenas de anos que me foram dadas até hoje para experienciar o que é estar vivo e ser-se pensante. Tive oportunidade de dar vida por quatro vezes (três delas materializando-se em descendência e a outra ao ter ajudado a iludir a morte de uma pessoa que me era completamente desconhecida). Além deste passado, sei que a continuidade do viver (enquanto viver) me irá dar muitas mais chances de encontros com o imprevisto e de ganhar novas experiências. Acredito que todas elas serão partilhadas com quem comigo estiver a percorrer este caminho e que todas elas me irão enriquecer como ser humano.

Propositadamente, repito, me mantenho críptico quanto aos detalhes que contornam o que está por detrás do que aqui sinto vontade de escrever. Alguns dos que o lerem saberão reconhecer a que eventos e tempos me refiro. Para esses — sem excepções — repito a minha sincera, permanente e profunda gratidão por tudo o que foram e representaram e partilharam durante aquele percurso acidentado. Todos me marcaram, mesmo aqueles que de alguma forma se apartaram da minha vida. Especialmente estes, mantê-los-ei bem junto ao coração. Nunca se sabe as voltas que a vida dá (lugar-comum) e para eles aquele espaço existe, à sua espera. Até ao virar das esquinas da Vida, a todos vós.

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