sábado, 31 de dezembro de 2011

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

À procura de vida extraterrestre (em Marte)

Confesso a minha fandom por infografias. Especialmente por congregarem aquele ditado da sabedoria dita popular que reza que "Uma imagem vale mais que mil palavras", juntamente com um texto condensado, preciso e directo ao(s) assunto(s). Uma complementaridade que me agrada, deveras (repito). O destaque de hoje vale adicionalmente por abordar alguns dos temas mais queridos à Ciência e à Ficção Científica e também à sabedoria popular, que perpetuou a fama do tema com o seu interesse. Marte e extraterrestres são (mas reconheço que já o foram mais) assuntos que despertam inmediata reacção de que as ouça ou leia. Esta que agora vos trago foi inicialmente publicada no Scienceline.org, citado pelo Geeks are Sexy, e intitula-se A Busca pela Vida em Marte – uma história de expoloração, especulação e ideias estranhas. Pessoalmente acredito que os Homenzinhos Verdes na realidade são amarelos-pálido...


O Futuro como nunca aconteceu

Sempre senti uma atracção especial pelas representações (melhor: antecipações) desenhadas por artistas tentando dar-nos visões do "Futuro". Umas mais certeiras que outras, ou assim não tão divergentes quanto se possa pensar, todas denotando esforços em serem diferentes do seu presente sem alguma vez o conseguirem alterar (esconder?) o suficiente. É o caso das 18 ilustrações nos anúncios da metalúrgica Bohn criados por alturas dos anos 1940 do séc. XX, reunidas sob o tema "Visions of the Future".





Afe(c)tos (porque afectam)

See Mike Draw via Geeks Are Sexy

Francine Van Hove


Frank Zappa, Los Angeles 1976 (by Norman Seeff)

E aqui está outro homem que sempre admirei, desde que o começei a ouvir em 1973. Francis Vincent Zappa. Deus o tenha em descanso (ou a infernizar os santinhos tocando guitarra com o seu conhecido abandono genial).

Los Angeles, 1976, fotografado por "Norm" Seeff

While you're at it, aproveitem e explorem o restante trabalho fotográfico do não menos icónico Norman Seeff.

Balanço de 2011

Foto Marlo M. (Mokule'ia Beach, Oahu's North Shore)
Pelo que já li noutros blogs (honestamente não pecisava porque já ando nisto há anos, mas  apeteceu-me começar o post assim...) parece que é chegada aquela altura do ano (e um ano não significará para todos necessariamente aquele período que se inicia a 1 de Janeiro) em que é suposto se fazerem balanços. A tarefa, convenhamos, é bem mais fácil para quem mantenha um blog temático. No meu caso, em que o tema único é a falta de tema, tal procedimento é bem mais difícil de seguir. A fazer balanço, qual escolher de entre os vários assuntos abordados? A não me decidir por algum talvez me reste falar do autor (eu, pois). Pensando bem, prefiro manter os leitores casuais tão longe quanto possível dos detalhes mais sórdidos daquilo que para mim representou este 2011 (sim, foi assim tão mau-zito). Resumamo-lo dizendo (escrevendo) que, como os anos anteriores, este foi mais um de grandes mudanças pessoais, algumas das quais ainda estou para perceber com que objectivo ocorreram (ou porque, ou para que ocorreram). Para já, o sabor que delas fica é extremamente, dolorosamente, amargo. Não gosto. Não gostei do resultado (note-se como não registo aqui qualquer tipo de "culpas" no cartório pelo [não] sucedido). Mas como não quero ser totalmente negativo (ou verberador) termino este texto com a firme e sincera esperança de que 2012 possa vir a ser um ano de viragem para uma direcção que me satisfaça mais e me permita ser uma pessoa plena. Sirva-se-me lá então o 2012 e depois, se ainda cá estiver daqui por um ano, logo se verá no que deu.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Mulheres jogadoras: um manifesto

Não falo de quem joga por vício ou no sentido pejorativo da palavra "jogar". Volto ao tema de um meu post anterior, divulgando o Gamer Girl Manifesto. Digam-me o que dele pensam. Por mim estou completamente de acordo com o dito. Diferença sexual não é poder mas pode ser afirmação. E bons princípios.


Desejos... lógicos para 2012


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Como sobreviver a um ataque de zombies

Natal e ataques de zombies têm tudo a ver (ninguém duvide). A pensar nisso e porque eles andam aí, há que estar preparado para toda e qualquer eventualidade que os envolva nesta época dita "natalícia". Porque não queremos ser apanhados desprevenidos, aqui deixo uma útil, porque instructiva, lição intitulada A Very Zombie Holiday (Instructional video) salientando alguns procedimentos básicos de salvaguarda contra todos aqueles que nos queiram papar as carnes ainda mais que nós, esfomeados e gulosos, queremos atacar aquele suculento perú com castanhas. Lançemos mãos ao alto para as quatro do Team Unicorn, sem cuja contribuição estas festas seriam bem mais inseguras. Armemo-nos, que eles querem comer-nos. Comer-vos.

Festas Felizes (se eu ainda fôr a tempo...)


sábado, 24 de dezembro de 2011

8th Grader, Heavy Without You

Heavy Without You from 8th Grader on Vimeo.

Samurai Star Wars

Star Wars/Guerra das Estrelas assume importância tal que se imiscui em todas as facetas da cultura. Nem o Japão feudal e os seus Samurai escapam à influência daquela galáxia muito, muito distante. Via Retronaut ficamos a ver de que forma ela se materializou pelo desenho e cor do artista Steve Bialik.

Dois pormenores interessantes (e que poderão escapar aos não iniciados na saga) são o tipo de letra em que são escritos alguns caracteres (o Aurebesh; apesar de que me parece que as letras foram escolhidas aleatoriamente) e a forma dos carimbos com os símbolos no canto superior esquerdo, que identificam as facções às quais cada personagem pertence — nas imagens que escolhi são, respectivamente, os Madalorianos, o Império e a Rebelião; neste caso e a meu ver, o símbolo foi mal escolhido por associar Yoda e Obi-Wan Kenobi à posterior Legacy Era e não exactamente ao enquadramento mais normal de ambos ao serviço da Aliança, no período clássico que lhe é anterior. Seja como for, o trabalho gráfico e a respectiva composição estão excelentes e a uma primeira vista estou certo de que o espectador nem sequer se aperceberá da conexão imediata.

Boba Fett
Darth Vader
Yoda
Obi-Wan Kenobi

(diz que) É Natal


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O amor é lindo

Parece uma daquelas frases feitas, lamecha, inconsequente. Mas por acaso não é (esse o sentido que lhe quero dar). Acrescentaria, mesmo, que o amor é intemporal. Isto veio à minha cabeça a propósito do filme argentino "O Segredo dos Seus Olhos" (Juan José Campanella, 2009, justo vencedor dos Óscares de 2010 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro). Vi-o há um par de dias em gravação na box do cabo. Um crime e uma história de amor que, afinal, encerra outra, talvez a mais importante, verdadeira história do tal amor lindo — a expressão causa-me alguma estranheza, confesso — e tão eterno quanto humanamente possível, porque não vivido senão dezenas de anos depois mas nunca tendo deixado de estar. Deu-me que pensar. Estas histórias de encontros e desencontros, vistas no cinema mas também lidas, tocam-me de alguma forma. Revejo-me nelas e delas alimento uma parte da minha experiência. Pensando bem, o amor não é lindo. É estranho...




Talk to me baby
Tell me what you’re feeling
You say you don’t need to go
Don’t you pretend you didn’t know

I wanted this forever
Girl I saw it in your eyes
And baby I can read your mind
And expectations were not insight

You knew that talking dirty to me on the floor would get me here
Cause we both wanted to do this but I could tell that you were scared
Cause you thought there was more to us but you knew how this would end
It’s gonna end how you expected girl you’re such a masochist and I ask why

And you reply
I like the thrill
Nothing’s gonna make me feel this real
So baby don’t go home
I don’t wanna spend tonight alone

Baby please
Would you end your night with me
Don’t you leave me all behind
Don’t you leave my little life [x2]

No no no no no[x6]

Este homem fascina-me

Não me acontece amiúde mas a verdade é que alguns homens fascinam-me. Este cientista e divulgador científico, Brian Cox,  é um deles. Fica o registo e uma pequena homenagem na forma do vídeo da palestra que deu no âmbito da conferências TED Talks. Porque mesmo em tempos de crise (económica e de valores humanos) a Ciência e a Exploração fazem parte de nós e são dois dos traços que nos distinguem dos demais animais que povoam o planeta Terra.


Florence + The Machine - Shake it Out (The Weeknd Remix)

Poucas remisturas acrescentam algo de novo à obra original. Para mim este tema da Florence (já de sim um épico por moto próprio) adquire não uma mas várias, novas, dimensões depois de trabalhado pelo jovem músico de Toronto conhecido como The Weeknd, após convite da própria Florence Welch + a sua machine. Ouve-se pelo resultado que tanto um (criadora original) quanto o outro (re-"inventador") sabem do que fazem.






Palavra final para o 3º álbum de remisturas que o Abel Tesfaye colocou há dois dias para download gratuito no seu sítio oficial, Echoes of Silence de seu nome. A minha prenda natalícia para o sapatinho de quem me segue.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Note to self...

Não olhar para trás (?).
"Todos nós vivemos do passado, e pelo passado morremos."
Goethe

Foto: lauralaingphotography.com

Bon Iver - for Emma




[Narrator:]
"So apropos
Saw death on a sunny snow"

[Him:]
"For every life..."

[Her:]
"forego the parable."

[Him:]
"Seek the light."

[Her:]
"...my knees are cold."

Running home
Running home
Running home
Running home

[Her:]
"Go find another lover;
To bring a- to string along!"

"With all your lies,
You're still very lovable."

"I toured a light
So many foreign roads
For Emma, forever ago."

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Arcade Fire presents Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)

Dos subúrbios, ao som do álbum de 2010.



They heard me singing and they told me to stop,
Quit these pretentious things and just punch the clock,
These days, my life, I feel it has no purpose,
But late at night the feelings swim to the surface.
Cause on the surface the city lights shine,
They're calling at me, "come and find your kind."

Sometimes I wonder if the world's so small,
That we can never get away from the sprawl,
Living in the sprawl,
Dead shopping malls rise like mountains beyond mountains,
And there's no end in sight,
I need the darkness someone please cut the lights.

We rode our bikes to the nearest park,
Sat under the swings, we kissed in the dark,
We shield our eyes from the police lights,
We run away, but we don't know why,
And like a mirror these city lights shine,
They're screaming at us, "we don't need your kind."

Sometimes I wonder if the world's so small,
That we can never get away from the sprawl,
Living in the sprawl,
Dead shopping malls rise like mountains beyond mountains,
And there's no end in sight,
I need the darkness someone please cut the lights.

They heard me singing and they told me to stop,
Quit these pretentious things and just punch the clock.

Sometimes I wonder if the world's so small,
Can we ever get away from the sprawl?
Living in the sprawl,
Dead shopping malls rise like mountains beyond mountains,
And there's no end in sight,
I need the darkness someone please cut the lights.

Ho Ho Ho...

A todos os visitantes deste espaço pessoal e transmissível, VIPs ou não, desejo que os festejos de Natal sigam da forma como os conceberam. Boas Festas.


A Star is Born



Birth of a Star from Tom Lowe on Vimeo.


“This movie presents a visualization of the star-forming region known as S106. This unique three-dimensional view illustrates and emphasizes that many of the objects contained within astronomical images are not at the same distance, but, in fact, spread across light-years of space. The Hubble image is augmented with additional field-of-view from the Subaru Infrared Telescope. The stars and the lobes of glowing gas from the Hubble/Subaru two-dimensional image have been separated and sculpted using both scientific knowledge and artistic license to create the depth in the movie. Of note, the relative distances between stars and the nebula have been greatly compressed.”

-NASA

James Blake - A Case of You

Hoje (?) estou assim. Sinto cada palavra deste poema como a unha de uma criatura selvagem a cravejar-se-me pelas costas abaixo. Consigo mesmo sentir o cheiro do (meu) sangue. Mas não me sai das costas (afinal), vem do mais profundo da minh'alma...




Just before our love got lost, you said
"I am as constant as a northern star"
And I said, "Constantly in the darkness
Where's that at?
If you want me I'll be at the bar."

On the back of a cartoon coaster
In the blue TV screen light
I drew a map of Canada
Oh Canada
With your face sketched on it twice
Oh you're in my blood like holy wine
You taste so bitter and so sweet

Oh I could drink a case of you darling
Still I'd be on my feet
Oh I would still be on my feet

Oh I am a lonely painter
I live in a box of paints
I'm frightened by the devil
And I'm drawn to those ones that ain't afraid

I remember that time you told me you said
"Love is touching souls"
Surely you touched mine
'Cause part of you pours out of me
In these lines from time to time
Oh, you're in my blood like holy wine
You taste so bitter and so sweet

Oh I could drink a case of you darling
And I would still be on my feet
I would still be on my feet

I met a woman
She had a mouth like yours
She knew your life
She knew your devils and your deeds
And she said
"Go to him, stay with him if you can
But be prepared to bleed"

Oh but you are in my blood
You're my holy wine
You taste so bitter, bitter and so sweet

Oh, I could drink a case of you darling
And I would still be on my feet
Oh I would still be on my feet

Beirut - Port of Call



And I, I called through the air that night
A calm sea voiced with a lie
I could only smile, I've been alone some time
And all, and all, it's been fine

And you, you had hope for me now
I danced all around it somehow
Be fair to me, I may drift a while
Were it up to me, you know I'd

I, I called through the air that night
The faults were swarming inside
Was it infantile, that which we desired?
Were it up to me, all from your eyes

And I, I called through the air that night
My thoughts were still buried inside
We were closer then, I've been alone some time
Filled you glass with gin
Filled your heart with pride
And you, you had hope for me now
I danced all around it somehow
Be fair to me, I may drift a while

If there's a plan for me
Would it make you smile?
No, don't want to be there for no one
I can see

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Desinteressante



Blog desinteressante. Vida desinteressante. (admito ter trocado a sequência) Nunca antes tinha estado deprimido. Neste estado de desalento e ausência de motivações já estive — todos, alguma vez na vida o estivemos — mas nunca, como até ao presente, tão em baixo. Sinto-me na sub-sub-sub-cave da existência. Uns metritos mais (ainda) e de certeza-certezinha que irei dar de caras com o Hades. Espero que ele esteja com pachorra para me aturar, pois caso contrário irei dar-lhe cabo do sistema e da rotina. Rodeie-me de quem me rodear (muitos ou poucos) nem assim me sinto melhor (diferente). Sinto-me alienado de tudo. Depois de há dias ter dito que ia parar, nem nisso consigo ser coerente. De alguma forma sinto-me impelido de para aqui vir verter seja lá isto o que for. Palavras. Queixumes. (falta de) Ideias... Enfim. O que vale é que logo no cabeçalho deste espaço que tive a honestidade de avisar os incautos de que a viagem seria turbulenta (não me ponham processos em cima, porque vocês foram avisados com a devida antecedência). Talvez que devesse ter mais claramente redigido uma declaração dos direitos do (meu) vistante, tipo o aviso Miranda (mas adaptado) que os polícias das séries televisivas repetiram tanta vez que o consigo citar de cor...

"Tem o direito de nada dizer ou comentar. Tudo o que disser ou fizer depois de ler isto poderá e será usado contra si algures numa plateia online. Tem o direito de se defender. Se não tiver quem o defenda não espere que eu o faça por si. Faça como eu: crie um blog ou peça a alguém que lho crie. Percebe estes direitos que acabei de lhe ler?"

Pronto. Era isto.

P.S.: Sim, já tomei o comprimido. Não, ainda não fez efeito(s)... 

Röyksopp - Poor Leno





(Please find me)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

The Cure - High



when i see you sky as a kite
as high as i might
i can't get that high
the how you move
the way you burst the clouds
it makes me want to try

when i see you sticky as lips
as licky as trips
i can't lick that far
but when you pout
the way you shout out loud
it makes me want to start
and when i see you happy as a girl
that swims in a world of magic show
it makes me bite my fingers through
to think i could've let you go

and when i see you
take the same sweet steps
you used to take
i say i'll keep on holding you
my arms so tight
i'll never let you slip away

and when i see you kitten as a cat
yeah as smitten as that
i can't get that small
the way you fur
the how you purr
it makes me want to paw you all
and when i see you happy as a girl
that lives in a world of make-believe
it makes me pull my hair all out
to think i could've let you leave

and when i see you
take the same sweet steps
you used to take
i know i'll keep on holding you
in arms so tight
they'll never, never let you go

Twin Peeks (Peaks?)


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Crosby, Stills & Nash, Just a Song Before I Go

Não é um "Adeus", é um "Até breve"...

Voltarei quando me sentir bem (comigo e com o mundo; difícil tarefa...), quando me sentir melhor e deixar de ser um fardo (emocional e não só) para quem me conhece(u). Tenho consciência de nada de bom ou de "alegre" estar a trazer a certas pessoas, sem precisar de mo ver esfregado na cara, mesmo que indirectamente.

Sem excluir seja quem for, sinceros agradecimentos a todos os que me têm seguido por aqui e algures. Guardar-vos-ei comigo para sempre, tentando manter vivas as memórias dos tempos bons que passámos e vivemos em conjunto.



Just a song before I go,
To whom it may concern.
Travelling twice the speed of sound
It's easy to get burned.

When the shows were over
We had to get back home,
And when we opened up the door
I had to be alone.

She helped me with my suitcase,
She stands before my eyes
Driving me to the airport,
And to the friendly skies.

Going through security
I held her for so long.
She finally looked at me in love,
And she was gone.

Just a song before I go,
A lesson to be learned.
Travelling twice the speed of sound
It's easy to get burned.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Peter Gabriel & New Blood Orchestra - Wallflower

Vinha hoje (como quase sempre) na viagem casa-escritório a ouvir música. Calhou, a dada altura, ter chegado a vez do mais recente álbum do Peter Gabriel, New Blood, posto à venda desde o passado dia 10 de Outubro. Peter Gabriel, além de tudo o mais, será para mim sempre o epítome do músico que transmite quase na perfeição a suas qualidade humanas, partilhando connosco, na forma poética que lhe é característica já desde os tempos de líder dos Genesis, a dureza (mas também a esperança numa redenção) das realidades em que vivemos.
Escutando com atenção as suas palavras, acompanhadas de arranjos sinfónicos (no caso deste trabalho apenas com recurso a orquestra e vozes), somos confrontados com o interior dos nossos próprios actos enquanto membros de uma sociedade que ganhou o hábito de se virar para dentro de si própria. Para mim são chamadas de atenção e foi neste exacto princípio que decidi aqui destacar, em vídeos da versão de estúdio e da gravação ao vivo em Setembro deste ano, em Verona, o tema Wallflower, originalmente integrado no seu 4º álbum a solo de 1982. Nas palavras do próprio, este tema foi inspirado na Amnistia Internacional, nos prisioneiros de consciência e nos torturados, mas (falo por mim) é tão rico e profundo que toca em cordas ainda mais profundas e individuais. Porque as prisões se revestem de diversas formas, que não somente as feitas de barras visíveis. Emocional, como o autor afirma.






6x6 from wall to wall
Shutters on the windows, no light at all
Damp on the floor you got damp in the bed
They're trying to get you crazy - get you out of your head
And they feed you scraps and they feed you lies
To lower your defences, no compromise
There's nothing you can do, the day can be long
Your mind is working overtime, your body's not too strong

Hold on, hold on
Hold on, hold on
Hold on, hold on
They put you in a box so you can't get heard
Let your spirit stay unbroken, may you not be deterred

Hold on, you have gambled with your own life
And you face the night alone
While the builders of the cages
Sleep with bullets, bars and stone
They do not see your road to freedom
That you build with flesh and bone

They take you out and the light burns your eyes
To the talking room - it's no surprise
Loaded questions from clean white coats
Their eyes are all as hidden as their Hippocratic Oath
They tell you how to behave, behave as their guest
You want to resist them, you do your best
They take you to your limits, they take you beyond
For all that they are doing there's no way to respond

Hold on, hold on
They put you in a box so you can't get heard
Let your spirit stay unbroken, may you not be deterred

Hold on, you have gambled with your own life
And you face the night alone
While the builders of the cages
Sleep with bullets, bars and stone
They do not see your road to freedom
That you build with flesh and bone

Though you may disappear, you're not forgotten here
And I will say to you, I will do what I can do
You may disappear, you're not forgotten here
And I will say to you, I will do what I can do
And I will do what I can do
And I will do what I can do

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Star Trek TNG Ambient Engine Noise (Idling for 24 hrs)

É o primeiro vídeo no YouTube que conheço atingir as 24 horas de duração. Supostamente, de acordo com o sítio Geeks are Sexy Technology News, a transmissão quase eterna do ruído dos motores Warp da nave USS Enterprise (NCC-1701-D), vista na série de TV Star Trek: The Next Generation (TNG), terá um efeito calmante e apaziguador. Quanto a isso nada sei uma vez que não faço questão de o ouvir durante 24H. No entanto (se fechar  os olhos por uns momentos) não custa nada sentir-me naquela imensidão espacial, prestes a dar em doido devido a tanta inação...


Perene

Apetece-me dormir o sono profundo,
O sono dos bebés tranquilos
que da inocência vida fazem.
Anseio pela calma e paz
do momento em que se jaz
sentindo a passagem do Tempo.
Do momento fugaz
que se faz eterno.


Twin Sister, Stop (Yours Truly Session)

Lufada de ar fresco precisa-se urgentemente. Aqui vai uma tentativa de a provocar...


Yourstru.ly Presents: Twin Sister "Stop" from Yours Truly on Vimeo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Rêve ou o sonho francês da MANIAMANIA

The third collection from MANIAMANIA called 'Rêve' meaning dream in French, is inspired by the late Vali Myers, an Australian artist and vagabond gypsy who roamed around the world as a free spirited dancer in the underworld of a post war Paris, then later becoming an artist and muse to many icons of our time, such as a young Patti Smith and Mariane Faithfull. She drifted the world from Positano to New York's Chelsea Hotel.


This film is directed by Barnaby Roper and features Abbey Lee Kershaw.



Rêve from MANIAMANIA on Vimeo.

O mundo de 2011 em LEGO

Sendo muito sensível ao tema LEGO não posso deixar de aqui destacar o slideshow que o britânico The Guardian apresenta hoje na sua página online com a reencenação com minifiguras LEGO de alguns dos principais acontecimentos e personagens que fizeram notícia em 2011.


Ozric Tentacles: por detrás da prenda

Quase todas as prendas que recebemos têm por detrás uma história. Pelo menos quero assim acreditar; gostava que todas elas significassem algo, para o presente e para o futuro, ligando indelevelmente quem as dá a quem as recebe. É o caso do disco de que vou falar. Para começar, foi completamente inesperada a sua oferta, o que a torna ainda mais singular e importante. Tudo nasceu de uma troca de tweets com um dos mentores do podcast Proggy Style Radio Show hospedado no site Silhobbit.com, um dos que sigo na área do Rock Progressivo (passe a publicidade, justíssima, deixo aqui a dica de o passarem também a seguir). O mais curioso foi que aqueles tweets começaram com uma conversa sobre futebol, o Benfica e o Manchester United. Palavra puxa palavra (perguntei se o próximo podcast iria mencioná-la) e o Charlie O'Mara disse que "provavelmente" e pediu-me que sugerisse um tema musical para acompanhamento. "Discos pedidos" no Prog são para mim uma novidade mas lá avançei alguns nomes de bandas que gostaria de ouvir no programa e que nele têm sido pouco divulgadas (das clássicas às actuais). Das bandas mais recentes e ainda no activo, os Ozric Tentacles foram a minha escolha imediata. E dispara logo o Charlie "Eu tenho o álbum mais recente deles! Queres?" Atendendo a quão obscura a banda sempre foi (e logo em Portugal...) e como é difícil encontrar nas lojas físicas seja o que fôr das suas edições discográficas (apesar de que com com este já perfazem 14 os CDs que possuo da sua extensa discografia de 28 álbuns) a pergunta caíu como se se perguntasse a um cego se queria ver... E, passados uns dias, aterrou no nosso país a minha edição do 28º álbum dos Ozrics, acrescida de todos aqueles condimentos que a tornam ainda mais deliciosa.

Passando para o trabalho propriamente dito, lançado no passado mês de Outubro, Paper Monkeys não desilude os indefectíveis da banda. Desde 1983 que a sua configuração original passou por várias alterações mas sempre conseguiu manter o estilo que lhe é característico, tanto melodicamente quanto ao nível das influências que por ela passam, no seu psicadelismo mesclado com electrónicas (nuns temas mais evidentes que noutros), a sempiterna batida Reggae de que nunca se descolaram completamente, bem como da sua reinterpretação daquilo que se conheceu como Space Rock nos anos de 1970s numa fusão que posso apelidar de original (recordo que começaram desta forma já nos idos de 1983), de que saliento a acidez da guitarra do mentor Ed Wynne. Está tudo (ainda) neste trabalho de nove temas e 61 minutos de duração naquilo . Em sentido estrito e absoluto não se ouve inovação por aqui, "apenas" o continuar de algo que o quarteto domina e entrega com honestidade e virtuosismo. Para mim, nada mais se pode pedir de uma das bandas da área do Prog que mais agitaram a minha experiência musical na área desde os clássicos dos anos 70 do século XX. Para uns a justificar uma fidelidade sem remissão e, talvez para a maioria dos portugueses, uma surpresa a descobrir numa viagem de múltiplos e psicadélicos sabores. E venha de lá o próximo!

Em jeito de exemplo e para aguçar um pouco o (vosso) apetite, a faixa nº 4, "Knurl"...





Moleskine® Star Wars™: já tenho o meu

Comprei há dias o caderno Moleskine pautado (o da direita, com o campo de estrelas em viagem pelo hiperespaço). Desde então tem sido companheiro inseparável e um dos locais onde verto os meus escritos. Coitado, eu sei que isso não se faz, especialmente atendendo ao teor dos ditos...

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Os 20 Melhores Memes de 2011

O que faz um meme? Alguém que analise as causas que eu agora não tenho tempo. Direi apenas que em alguns casos será o mau-tão-mau-tornado-bom e que, no fundo no fundo, 90% do que hoje se passa na Web não passará de um gigantesco meme (definição portuguesa do conceito)... Whatever.


E porque os cartazes de antanho nunca fizeram juz aos videojogos...

Este é, sem dúvida o título mais longo que aqui escrevi mas para mim faz todo o sentido. Inspirei-me no artigo Video Game Ads, 1980s / 1990s que me fez recordar de como então os anúncios dos jogos de vídeo em nada tudo faziam para enaltecer e fantasiar (passe a expressão...) o que realmente se obtinha, visualmente falando, ao colocar o respectivo cartucho/cassette na consola do momento. E talvez por isso mesmo, os anúncios foram o que mais permaneceu na memória colectiva. Sinais dos tempos ou uma das provas de que a propaganda senpre serviu para enaltecer o que não é? Eis alguns exemplos...





Dali e a sua Alice no País das Maravilhas

São 13 as ilustrações que Salvador Dali criou em 1969 para a edição que a Random House então publicou reflectindo a sua inspiração nos doze capítulos da obra de Lewis Carroll. Além da já conhecida estranheza de que vive (e marca) a obra literária (mascarada de conto [pseudo] infantil), esta reinterpretação visual do pintor catalão, que incluíu alguns dos elementos que são quase imagem-de-marca no surrealismo da sua obra plástica, revela-nos algo de, a uma vez, ainda mais onírico e quase orgânico a que não é de estranhar a omnipresente insistência na representação mais ou menos evidente de insectos. Aqui deixo alguns exemplos:

Frontispício

1. Down the Rabbit-Hole

2. A Pool of Tears
3. A Caucus-Race and a Long Tale

No seguinte vídeo podemos ver os detalhes da edição impressa e aspecto geral do conjunto posto naquele ano à venda pela editora.




Todas as restantes imagens a ver no artigo do sítio La Boite verte.

Em jeito de balanço

Por insondáveis (e impartilháveis) motivos a minha vida deu voltas e reviravoltas nos últimos meses. Pelo meio muita coisa tive de aprender (à minha custa).Várias pessoas que comigo privaram durante esse tempo testemunharam aquilo que fui e senti. Nunca escondi as várias batalhas e demónios (interiores) que então enfrentei. Hoje posso afirmar que foram combates que perdi em toda a linha e ordem. A minha vida mudou mas não está muito melhor do que estava então. Lições há que me foram apresentadas mas das quais pouco consegui retirar como conclusão. Deverei ser mais impermeável a elas do que gostaria. Quem sabe um dia. Por aquelas pessoas (sem excepção), e dos amigos que entretanto conquistei, sinto uma imensa gratidão pelos conselhos e opiniões que comigo generosamente partilharam e pelas experiências que nunca me negaram. Não planeei o que, nem como, vivi, durante os quase vinte meses que decorreram desde que o meu mundo iniciou a sua transformação. Hoje concluo que tinha de passar pelo que passei para que hoje aqui pudesse falar livremente. Não deixo, apesar de tudo, de me considerar enriquecido por todas as memórias que fizeram (e nunca permitirei que deixem de fazer) parte de mim durante aquele período. São marcas indeléveis do meu ser e que retenho e recordo ao escrever estas palavras no caderno para o qual as verto, nesta minha típica letra apressada e urgente. Tive de me afastar de muitas "realidades", perdendo-me um pouco do caminho que traçara até então, para que me pudesse ver de fora. Nem sempre (alguma vez??) gostei do que (me) vi... E por isso tentei ser melhor em certos aspectos da minha maneira de estar. Admito não ter ainda melhorado parte deles mas mesmo assim os principais foram modificados e corrigidos. Mas mesmo tendo melhorado, alguma insegurança e auto-crítica (excessivos?) ainda permanecem em alguma medida e dimensão. Tenho de os combater.

Já vivi e passei por muita coisa, nas dezenas de anos que me foram dadas até hoje para experienciar o que é estar vivo e ser-se pensante. Tive oportunidade de dar vida por quatro vezes (três delas materializando-se em descendência e a outra ao ter ajudado a iludir a morte de uma pessoa que me era completamente desconhecida). Além deste passado, sei que a continuidade do viver (enquanto viver) me irá dar muitas mais chances de encontros com o imprevisto e de ganhar novas experiências. Acredito que todas elas serão partilhadas com quem comigo estiver a percorrer este caminho e que todas elas me irão enriquecer como ser humano.

Propositadamente, repito, me mantenho críptico quanto aos detalhes que contornam o que está por detrás do que aqui sinto vontade de escrever. Alguns dos que o lerem saberão reconhecer a que eventos e tempos me refiro. Para esses — sem excepções — repito a minha sincera, permanente e profunda gratidão por tudo o que foram e representaram e partilharam durante aquele percurso acidentado. Todos me marcaram, mesmo aqueles que de alguma forma se apartaram da minha vida. Especialmente estes, mantê-los-ei bem junto ao coração. Nunca se sabe as voltas que a vida dá (lugar-comum) e para eles aquele espaço existe, à sua espera. Até ao virar das esquinas da Vida, a todos vós.

Memórias 1.0

— "Somehow I feel close."
— "I feel close too."

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

(The Freaks) // The Loner

Curioso, este vídeo musicado pelos sul-coreanos 얄개들 (the Freaks), passeando-nos voyeristicamente pelos dias de um solitário e o seu parceiro animal, numa perspectiva visual isométrica evocativa de alguns videojogos. O próprio estilo de animação, as cores empregues e a aparente simplicidade do desenho formam um conjunto que nos remete para a metáfora solidão-jogador de vídeo. Da música da banda apenas posso dizer que se encaixa perfeitamente no tom lento e compassado do aborrecimento individual. Pessoalmente tenho pena do porquinho...



Video vi@Tympanogram

Percursos de vida

Hoje ocorreu-me falar deste tema. Estava na banheira a tomar duche quando me surgiu assim do nada — há quem cante debaixo de água, eu filosofo e penso… na Vida. Nunca li seja o que for sobre “percurso(s) de vida” nem mesmo consultei a Wikipedia, por isso vou aqui deixar o que eu acho sobre o assunto.

O percurso de vida é assim, tipo, como que andarmos num passeio no qual os incautos se arriscam a pisar o cocó que os outros deixaram para trás. Isto, claro, só acontece aos mais distraídos. Os mais atentos gabam-se de ter feito um percurso sem incidentes nem necessidades de limparem os pés no capacho que pode ser as costas de alguém (também estes a percorrerem o seu próprio caminho). O percurso de vida, tal como o vejo, é uma inevitabilidade. Desde que se nasce até que nos finemos, todos fazemos uma espécie de balanço daquilo que foram os resultados das nossas escolhas, ou falta delas. É isso: ele é sempre pensado em termos de Passado. Nunca (ou raramente, vá) as pessoas pensam nele em termos do Futuro. “O que virei ainda a percorrer? O que estará perante mim e como lidar com isso?”

Eu sou dos que se inclui no primeiro grupo, na maior parte do tempo, embora admita que também tento avançar o bio-relógio para ver o que poderei “ser”, ou o que me poderá esperar ao virar alguma esquina da vida. Mas é quase sempre uma tentativa falhada. É mais fácil, admito, olhar-se para trás e chegar a uma série de constatações sobre aquilo que fomos e por que já passámos até ao momento em que pensamos nisso. O meu? Não me orgulho dele, se considerar os anos mais recentes (uns dez, doze). Digamos que me fartei de pisar cocó e só “agora” olho para a sola dos sapatos! É que nem a merda me cheirou, a não ser quando parei um bocado — finalmente! — e comecei a olhar à volta. Como não sou daqueles que limpam (nunca consegui nem tentar) as solas em costas alheias, para usar a imagem que acima criei, não tive outro remédio senão olhar para a coisa de frente e tomar decisões. “OK, o que podes fazer para limpar a porcaria?” Ora aqui reside outra parte chata do “percurso de vida”: quando se pensa nele, versão ‘Passado’, é quase sempre para lamentar alguma coisa! E parece que só tem sentido depois de acontecer… Além do mais (terceira chatice associada) serve quase sempre para que terceiros, estranhos mesmo, nos avaliem! “Fulano-de-tal teve um percurso de vida x e y…” dito assim, em conversas de corredor, como se estivessem num velório. Arrepiante, é o mínimo que posso dizer para classificá-lo.

Decidi há já algum tempo que ia mudar este estado de coisas. Doravante e sempre que, no chuveiro ou noutro local, me puser a pensar no (meu) “percurso de vida”, quero fazê-lo com a consciência de que fiz as minhas escolhas mas que me mantive devidamente atento ao trilho e, muito mais importante, consciente de que na vida os percursos não se fazem sozinhos. Há sempre alguém ao nosso lado, alguém que nos ajuda a valorizá-los e que os (e “nos”) enriquecem. O meu “percurso de vida” jamais será o mesmo, quando nele pensar daqui a uns anos. Mas sei que vai ser bem melhor que o anterior.

Aquele


Sempre fora um sonhador. Tão virado para fora que não saía dentro de si próprio. Sempre tão absortamente ausente do que o rodeava e, no entanto, alerta ao que o rodeava. Explicá-lo é apenas parte do problema. Do desafio que é o seu ser. Não fazia de propósito. Nunca o fez (disse). Era tudo mais forte que ele, como se fosse uma criança que, sempre inocente, se deixasse encantar pelo que o rodeava a ponto de se abstrair precisamente do que o rodeava. [como se vê, eu próprio tenho dificuldade em explicá-lo]

Nasceu com um nome sagrado, da Trindade. Nunca lhe deu importância. Um nome é apenas um nome. Palavras que se associam a uma pessoa, para a identificar. Apesar de o achar curioso, nunca quis saber os detalhes da razão da sua escolha (tinha estes rasgos de minimalismo desprendido). Qualquer coisa a ver com uma história de família do avô materno. Mesmo assim, o sagrado sempre o atraiu. Talvez por sentir que não pertencia a esta realidade, na qual se movimentava pouco à vontade. Não era “religioso” (apesar de baptizado) mas sempre sentira uma reverência — uma atracção? — por tudo o que era divino, misterioso. Isso era algo que o tirava do seu presente. Adorava embrenhar-se nos mistérios que cercavam o oculto. Sentia-se atraído para ele. Mas nunca teve pretensões, ou se deixou transformar (achava ele), por isso. Estranhamente, por vezes até dava a entender exactamente o oposto. Que não ligava a essas coisas. Outra estranheza da sua personalidade conturbada.

Achava, algo frustradamente, como todos os demais, que estava cá por alguma razão, mas que simplesmente ainda não descobrira qual seria. Já tinha vivido umas dezenas de anos (não era fisicamente jovem) mas, talvez finalmente (desabafava de si para si) e até o seu agora, a vida tinha sido uma espécie de encadear de eventos, alguns deles estranhos à sua vontade, outros que lhe iam surgindo à frente como uma espécie de ordem-natural-das-coisas. Algumas das vezes, mesmo, achava que tinha sido conduzido até eles um pouco contra a sua vontade mas tinha-se deixado ir, lamentava-o agora. Afirmação era algo que também não dominara a maior parte da sua vida até então. Passividade? Comodismo? Poupança de energias? Fatalismo? Desinteresse? Um pouco de todas, ao que lhe parecia, pensando em retrospectiva. E não gostava de chegar a essa conclusão. Quem gostaria de admitir que pelo menos metade da sua vida até ao momento poderia ter tido um rumo completamente diferente, se tivesse tomado outras atitudes e decisões?

Nunca tivera paixões. Dignas desse termo. Nem namoros dignos de registo (apenas um; talvez). Nunca lhes tinha sentido a falta, ou impulso para. Tudo o que tinha à volta (e o que construía mentalmente) bastava-lhe. Até neste aspecto tivera um percurso pouco comum. Sempre absorto em algo. Como que à procura nem sabia bem do quê. Casou-se e teve filhos. De novo, a “ordem-natural” a impor-lhe um rumo. Mas a partir de determinada altura (tarde demais?) percebeu que as coisas não andavam bem. Teria aberto finalmente os olhos? Ter-se-ia visto de fora e não só de dentro para dentro? Como teria começado (não se apercebera) o princípio de um fim na sua vida? Nunca o soubera, exactamente. Estas coisas não surgiam de uma linha precisa, como a partida ou a chegada de uma corrida. Desistira de o entender, de o buscar, esse momento de viragem. Mas seria algo de congénito? Talhado para falhar? Ou destinado a rever-se de "fora", para melhor apreender e valorizar o "dentro"? Pensava no futuro...

Entretanto, os dias (os anos) iam passando. Teve filhos. Amava-os muito. Eram o seu orgulho. Dedicara-se muito a eles e a quem dera tudo de si. Tinha uma relação com eles, não do habitual pai-para-filho, mas mais como de um irmão-para-irmão. Não eram seus filhos. Eram os irmãos que nunca tivera e tanto desejara. Se os tivesse tido sentia que poderia ter sido outra pessoa. “Melhor”, pensava. A solidão da infância tinha sido outro peso com que tivera de lidar, especialmente depois de, muito cedo (demasiado cedo), ter saído da vila que lhe era familiar e onde tivera verdadeiros amigos. Amigos com quem fora perdendo o contacto com o passar dos anos. A partir desse momento, marcante, quase que desistira de os cativar, criar relações daquelas que todos gostariam de ter, íntimas, verdadeiras e duradouras. Relacionava-se com os colegas de trabalho, durante o trabalho, e pouco mais.

Como se vê, ele via o mundo sob uma luz algo negra. Enfim, cinzenta, digamos. Mais uma razão para dele se alhear, vivendo no seu próprio, bem mais luminoso e adaptável às suas vontades. Tentando manobrar minimamente bem no mundo dos outros. Um actor num teatro que não era o dele, mas de onde não conseguia sair depois de o encenador o lá ter colocado...

Quando era menino, na instrução primária, detestava fazer as então chamadas “redacções”. E no entanto aqui está ele a escrever estas palavras.
De si próprio.
Hum… Que prazer é escrever…

Hate2Love_Love2Hate

vi@ pulsar's thoughts

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"This shit's got to go", Jacque Fresco

Concordo inteira e inabalavelmente com Jacque Fresco. A consciência colectiva da humanidade precisará de mais o quê para despertar do seu torpor? Para despertares, tu e eu, deste torpor em vivemos, assistindo impávidos (a maioiria) a todo o desabar que ocorre à nossa volta?? Há muitos anos, já, que ouço os cacos a cair no chão. E tu??


As pinups Star Wars de Joey DeMarco

Aos fãs de Star Wars, de mulheres, de pinups e de tudo o mais que as seguintes imagens possam evocar(-vos) aconselho a visita ao álbum que Joey DeMarco partilha em duas páginas. Pessoalmente gostei muito dos uniformes... :p



As dicas da vovó


A ver aqui as outras sete dicas Internet da avó.

Catálogo LEGO, 1973

Um ano Vintage, este de 1973, para a marca dinamarquesa de brinquedos. Começavam a aparecer as primeiras evoluções das peças Duplo de grandes dimensões (embora os conjuntos em si baseados só terem sido individualizados em caixas a partir de 1975), destinadas a crianças até aos 5 anos de idade e também as primeiras caixas com peças especiais daquilo que se tornaria mais tarde conhecido como LEGO Technic. Em algumas das imagens do catálogo daquele já longínquo ano (a mim parece que é d'ontem; todas as fotos podem ser vistas no site que inspirou este meu escrito) ainda se vivia com peças e modelos practicamente de formas quadrangulares e a única excepção começava a ser os cascos dos barcos da série Legoland Boats. Ainda não havia minifiguras (que só veriam a luz do dia a partir de 1978), nem a miríade de peças com cores, formas e dimensões diferentes que começámos a ter acesso a partir dos anos 1980s.

LEGO tornou-se num brinquedo intemporal e mesmo intergeracional, passando de avós para filhos e netos. Se não me enganei a contar, a LEGO ostenta neste momento 30 categorias de produtos incluindo os tradicionais City, Duplo, Creator e Technic, a que se juntam os conjuntos inspirados em franchises das marcas Star Wars, Pirates of the CaribbeanPrince of Persia, Harry Potter, Toy Story e Spongebob Squarepants. Mas não é (ainda) tudo, pois jogos de tabuleiro, videojogos e acessórios de moda também são produzidos pelos dinamarqueses da cidade de Billund.

Quem sabe até onde mais irá chegar no futuro? Desejo, com o carinho e respeito saudoso de quem com ele brincou tanta boa e entretida hora desde os seus 5 anos de idade, longa vida para o brinquedo a uma vez mais simples e mais inteligente de todos os tempos. Porque o mais... básico.

Informação adicional a visitar na página LEGO oficial.










Gota Vermelha

Para dar um pouco de cor (e sangue renovador) a esta página.

vi@ io9.com

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

E constato que

Este blog tem tanta visita mas muito pouca, se alguma, pessoa a comentá-lo. As visitas hoje em dia são "de médico"?? Gostava de ler o retorno de quem por aqui passa. Mesmo que nada de bom tenham para dizer do que leiam. :p

Desinteressei-me...

... por algo que me entusiasmou no passado mas que, resultado de tanta mudança pela qual passei (incluindo  falta de entusiasmo mas principalmente contenção de gastos financeiros) acabei por "dropar"... #SWTOR no more. :p

As motas conceptuais de Mikhail Smolyanov

Mikhail Smolyanov é um designer moscovita que se dedica a criar desenhos de motos retrofuturistas (classificação minha), mas também de veículos motorizados de 3 ou mais rodas, em renderizações tridimensionais. Reproduzo aqui uma mera amostra do que sugiro seja visitado nesta página, onde o antigo se junta ao novo, acrescentando num ou noutro exemplo algo de inspiradamente orgânico. Num mundo alternativo (não queria dizer Steampunk mas não me consigo descolar do conceito ao observar alguns destes modelos) não estranharia ver-me a circular a toda a velocidade nestas duas rodas, óculos nos olhos e cabelos ao relento...