segunda-feira, 28 de março de 2011

"Patranhas"

Gostei de ler, e concordo plenamente, com o seguinte texto hoje publicado no blog "Manual de maus costumes", de Jorge Lopes de Carvalho. Cito-o ipsis verbis:

Patranhas

Uma pessoa nunca deve confiar no Partido Socialista. Não é por mal, nem por nenhum outro motivo que seja passível de ser atribuído como característica de outro partido. Normalmente costuma dizer-se "ah, no PS é só boys", mas uma pessoa sabe que boys são, em rigor, cargos de confiança política para ter a máquina mais oleada e que isso todos os partidos têm. É verdade que uns podem ser mais competentes que outros, mas isso é, como diria um amigo meu, a puta da subjectividade. Noves fora, aprende a nadar companheiro.

O PS não é de confiança porque é um partido que, em última análise, é nihilista, como aquele rapaz no Big Lebowski - these men are nihilists, Donnie, they believe in nothing. É um partido que foi sugando o território ideológico do PSD e consequentemente o seu eleitorado mais forte que é a classe média que não passou a sua juventude a ler filosofia francesa e não andou estes anos todos enganada com as patranhas de um socialismo que já teve tantas mudanças de narrativa como os Morangos com Açúcar.

domingo, 27 de março de 2011

Jessie J, "Who You Are" e "Nobody's Perfect"

Jessie J, uma descoberta de ontem, alguém a ter debaixo de olho nos tempos mais próximos. Uma voz potente e cheia de Soul e um primeiro álbum editado em 25 de Fevereiro passado.

Página oficial da artista.






MMORPGs + Série de TV + Futuro não-tão-longínquo = Vida Real Humana?

Começo com outra (dupla) pergunta, de certo modo retórica:

Para onde caminhamos, como Humanidade? Conseguiremos mantê-la?

Vem isto a propósito de um artigo, que acabo de receber via e-mail do site Geeks of Doom, intitulado "Syfy Channel & ‘Rift’ Creator Trion Team Up To Create TV Series/MMO Video Game Fusion". Por um lado, a primeira coisa que me veio à cabeça foi logo "até que enfim que alguém (uma empresa, o que lhe dá logo contornos de projecto conspirativo e num horizonte próximo eventualmente opressor [sim, sou um grande fã do Philip K.Dick...]) assume aquilo que, tecnologicamente, seria o próximo passo a dar no mundo do entretenimento!".



Não irei entrar em detalhes sobre o artigo (convido antes à leitura total do original), excepto para frisar que se trata de um projecto entre a empresa Trion Worlds (que recentemente lançou no mercado o jogo online, pago,  Rift) e o conhecido canal televisivo especializado em Ficção Científica (FiCi) SyFy que pretendem conjuntamente lançar uma série televisiva, ainda sem nome, e um jogo online para um número massivo de jogadores (MMORPG). Neste ambiente misto, que pela primeira vez cruza dois meios de entretenimento de massas algo diferentes, os aderentes poderão "viver" a série jogando ou, a jogar, influenciarem o decurso dos episódios televisivos num novo tipo de jogo apelidade pela Trion de "massively multiplayer online action role-playing game (Syfy Action MMO)". Do projecto, ainda em desenvolvimenmto e de certa forma envolto em segredo, a páginal oficial da Trion apenas disponibiliza uma pequena resenha, imagens da arte conceptual dos cenários e um vídeo promocional.



Também por esta falta de mais completa informação sobre o ambiciosao e original projecto não me irei alongar sobre ele, como dizia, mas quero no fundo é constatar como cada vez mais imersivos se tornam os meios de comunicação de massas e de entretenimento caseiro a ponto de não me ser difícil antecipar um mundo (uma realidade?) em que o jogador se envolva de tal forma que quase deixará de precisar de viver fora dele.

Estarei a elaborar demasiadamente numa mentalidade de Matrix? O futuro no-lo confirmará, ou desmentirá. Inclino-me mais para uma via de (e de certa forma lamento-o) confirmação da alienação da postura humana com base em produtos por ela própria criados a bem do lazer e da diversão... Tudo em nome da... Imaginação (?!)

(Parcialmente repondida, assim, a minha pergunta inicial. Gostava de saber o que pensam os meus possíveis leitores sobre o assunto.)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Van der Graaf Generator e o novo álbum "A Grounding In Numbers" (2011)


Pessoalmente — mas aviso já que sou [*muito*] suspeito a falar nesta matéria — tudo o que venha, musicalmente, da área do Rock Progressivo é sempre recebido com braços abertos. Ainda mais no caso de quem me leva a dar relevo à notícia que li há pouco no Twitter (Jerry Ewing da revista Classic Rock Presents Prog). Um novo álbum dos Van der Graaf Generator (VdGG), uma banda clássica naquele género e o seu trabalho foi marcante entre 1969 (altura em que editou o seu primeiro trabalho de longa duração) e finais da década seguinte. Isto apesar de, mesmo à época, nunca ter sido das bandas que o comum dos mortais imediatamente reconhecesse como do Prog Rock.

Reunidos em trio desde 2005 — Peter Hammill nas guitarras, teclados e voz, Hugh Banton no orgão, pedais-baixo (bass pedals) e baixo e Guy Evans na bateria — apenas falta o saxofonista/flautista David Jackson, um elemento importante na edificação sonora dos VdGG. Como ainda só tive oportunidade de ouvir a faixa que aqui partilho, ainda não sei até que ponto esta ausência marca, para o bem ou para o mal, o resultado desta segunda reunião (mais informação sobrea vida da banda aqui).

"A Grounding in Numbers" foi editado no passado dia 14 deste mês e parece ter sido bem recebido no mercado, pelo menos entre os entusiastas de um género que, apesar de ter vindo a passar por um salutar revivalismno e renovação desde que quase se finou em inícios da década de '980, continua a ainda hoje a não ser divulgado como merece. Por mim, grande fã de Prog, tenho feito o que posso, pelo menos no Twitter e aqui (com menor frequência).

Curiosidade adicional vai para o simbolismo matemático revelado em três vertentes associadas a este álbum: a sua data de edição (em inglês é Março, 14) traduz-se em 3,14, ou o valor do número π, no título ("a fundamentação pelos números") e no texto do poema do segundo tema (Mathematics) que alude à Identidade de Euler. Para acabar o tema do simbolismo (sinais destes tempos?) associado aos VdGG e atendendo ao passado da banda e principalmente à vida e obra poética do seu mentor Peter Hammill, que melhor nome poderia haver para a sua editora que não fosse o de Esoteric Recordings?







Termino, convidando ao visionamento da entrevista dada por Peter Hammill a Mark Powell, o fundador da editora Esoteric Recordings, para o canal Web "Cherry Red TV" intitulada "The Van der Graaf Generator Story" (54:20 de duração):



terça-feira, 22 de março de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Vou precisar de recordar isto muitas vezes num futuro próximo... (IBM)

100 pessoas, para celebrar 100 anos de existência. Mais informação em IBM 100.


Revista Wizard relançada

Editada no mercado em formato físico nos Estados Unidos em Julho de 1991, A Wizard  cedo se estabeleceu no meio ligado à BD, à Fantasia e à Ficção Científica (vertente cinema e jogos), tendo-se depois subdividido e especializado em vários dos nichos que então cobria: ToyFare (brinquedos e action figures), Inquest Gamer (jogos de cartas coleccionáveis) e Anime Insider (Manga e Anime). Finou-se oficialmente em Janeiro deste ano, mas desde 2006 que já vinha percorrendo um caminho em plano descendente.

Agora a sua editora, a Wizard World, relançou-a em formato exclusivamente digital, em e-book de edição semanal. Já estão disponíveis 3 exemplares que poderão aqui ser descarregados para seguirmos as últimas, na veia humorística que lhe era reconhecida, sobre cultura pop, BD, as chamadas novelas gráficas, os brinquedos e jogos que lhes estão associados.

sábado, 19 de março de 2011

Podcast: Proggy Style Radio Show chega aos 100!


Não volto a falar destes podcasts dedicados à divulgação do Rock Progressivo só porque o Charlie O'Mara mencionou a minha pessoa na edição número 99. Nada disso. Falo, em primeiro lugar, pelas mesmas razões que já aqui tinha invocado mas também porque chegar-se ao número 100 seja do que for é prova do muito amor, dedicação e tempo empregues. E isso merece todo o relevo possível.

A emissão, de 01:07:12 de duração, contem desta feita os seguinte grupos e temas, acompanhados pela jà tradicional cavaqueira bem-disposta do Charlie e do Gay Gordon:


IQ - Sold On You (Are You Sitting Comfortably?)
Porcupine Tree - The Incident / Your Unpleasant Family (The Incident)
Haken - (Aquarius)
Camel - Mystic Queen (Camel)
Gazpacho - River (Missa Atropos)
Renaissance - Northern Lights (A Song For All Seasons)
Pink Floyd - Young Lust / One Of My Turns / Don't Leave Me Now (The Wall)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Vénus...


Vénus
O Monte
O monte donde tudo vem
Para onde tudo vai
Origem
e
Fim
Sombra
que Ilumina

The Dead Weather em 20 mins

Hoje estou numa de concertos...

Este foi gravado em 22 de Junho de 2009, oito dias após o lançamento do seu primeiro álbum, Horehound, para o site From The Basement. O show foi dirigido por Sophie Mulller.

Cito directamente o site:

"The Dead Weather are fronted by The Kill's Alison Mosshart, Jack White on drums and joined by The Raconteur's Jack Lawrence on bass and Queen of the Stone Age's Dean Fertita on guitar. They performed "Hang You From The Heavens", "Treat Me Like Your Mother", "So Far From Your Weapon", "Bone House" and a cover of Pentagram's "Forever My Queen". Their debut, self-produced album 'Horehound', is the first to be recorded and released via Jack White's new Third Man studios and record label in Nashville, TN. 'Horehound' is set for release in the UK on 13th July through Third Man / Columbia Records and includes their first single 'Hang You From the Heavens', backed by a cover of Gary Numan's 'Are Friends Electric?'"



[DVD] Radiohead, "Live From The Basement" [Full Show]

O concerto completo dos Radiohead, tal como foi visto no site From the Basement. O alinhamento:

00:21 Weird Fishes/Arpeggi
05:41 15 Step
09:37 Bodysnatchers
14:00 Nude
18:25 The Gloaming
21:46 Myxomatosis
25:40 House Of Cards
31:22 Bangers And Mash
34:56 Optimistic
39:48 Reckoner
44:50 Videotape
49:34 Where I End And You Begin
54:55 All I Need
59:11 Go Slowly



Estou de luto...


Dói, estar-se de luto por pessoas ainda vivas. Como sói dizer-se, "a vida continua", mas já não é a mesma coisa...

Genesis, "Mad Man Moon"

Um dos melhores poemas dos Genesis (aqui no meu livrinho), escrito pelo teclista Tony Banks. Digno de figurar neste humilde cantinho da webesfera, depois da sua edição no 7º álbum de estúdio do grupo, A Trick of the Tail, em Fevereiro de 1976.




Was it summer when the river ran dry,
Or was it just another dam.
When the evil of a snowflake in June
Could still be a source of relief.
O how I love you, I once cried long ago,
But I was the one who decided to go.
To search beyond the final crest,
Though I'd heard it said just birds could dwell so high.

So I pretended to have wings for my arms
And took off in the air.
I flew to places which the clouds never see,
Too close to the deserts of sand,
Where a thousand mirages, the shepherds of lies
Forced me to land and take a disguise.
I would welcome a horse's kick to send me back
If I could find a horse not made of sand.

If this desert's all there'll ever be
Then tell me what becomes of me.
A fall of rain?
That must have been another of your dreams,
A dream of mad man moon.

Hey man,
I'm the sand man.
And boy have I news for you;
They're gonna throw you in gaol
And you know they can't fail
'Cos sand is thicker than blood.
But a prison in sand
Is a haven in hell,
For a gaol can give you a goal
[and a] goal can find you a role
On a muddy pitch in Newcastle,
Where it rains so much
You can't wait for a touch
Of sun and sand, sun and sand...

Within the valley of shadowless death
They pray for thunderclouds and rain,
But to the multitude who stand in the rain
Heaven is where the sun shines.
The grass will be greener till the stems turn to brown
And thoughts will fly higher till the earth brings them down.
Forever caught in desert lands one has to learn
To disbelieve the sea.

If this desert's all there'll ever be
Then tell me what becomes of me.
A fall of rain?
That must have been another of your dreams,
A dream of mad man moon.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Simon Pegg & Nick Frost recriam 'Star Wars'

A propósito do filme "Paul", já aqui e aqui falei desta dupla britânica. Durante as suas filmagens ambos encenaram uma pequena paródia aos dois dróides, na cena que vimos no Episode IV, "A New Hope".


Band Of Horses, "Older"

...but none the wiser. =/



Climb the cliff, Tower over all
And falling water, falling waterfall

And after all my plans
They melt into the sand
Yeah you will be there on my mind through all
Don't want to understand why you never get older

It's time to dry off tattered overalls
Impatient waiting, Way to hide a fall

And after all my plans
They melt into the sand
Yeah you will be there on my mind through all
Don't want to understand why you never get older

And after all my plans
They melt into the sand
Yeah you will be there on my mind through all
Don't want to understand why you never get older

After all my plans
They melt into the sand
Yeah you will be there on my mind through all
Don't want to understand why you never get older

And after all my plans
They melt into the sand
Yeah you will be there on my mind through all
Don't want to understand why you never get older

terça-feira, 15 de março de 2011

Ela disse-o melhor

"After Birth" (2011.03.07), por Diana Lee no seu blog Diana's Words.

I want you
to love me, words,
once you've
been set free
by me
I want you
to look adoringly
up at me
from your still-wet
black ink afterbirth
and know
that I've bled for you
I want you to love me
one last time
before I set you loose
on the world
and you're no longer
mine,
words

segunda-feira, 14 de março de 2011

Os meninos na era da Informática

Contra a corrente

Até que enfim! Numa altura em que as crises (são várias: de valores, morais e sociais, económicas e nacionais) estão na ordem do dia, destaque para a opinião hoje lida no blog P L O C K I N G. Com o apropriado nome de "Deolindas" o seu autor põe a mão numa ferida que me parece só o ser porque, de facto e aproveitando a boleia da "crise", há muito boa gente que se acomoda e nela parece querer viver, tipo como à boleia, a ver onde o carro nos (os!) leva...

Que tal fazermos , também "nós", uma manifestação dos que preferiam ver a vida ser levada "À Risca"? Refiro-me especialmente à forma displicente como "nós", (todos os cidadãos votantes) vemos a classe política "dirigir" (*tosse*) as nossas vidas com a impunidade que ganharam com o voto que neles depositamos, borregamente, em cada acto eleitoral? Ou, pondo de outra forma, pergunto: "Quem governa os governantes?"

Homens...

"Men are easy to acquire, hard to control."

Mother Talzin, Star Wars: The Clone Wars, Season Three

domingo, 13 de março de 2011

Portugueses... os que ficaram por aqui

Imagem University High World History

Retransmito tal-qual recebi (sem indentificação de autor, via e-mail; a imagem é escolha minha)
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Era no tempo em que, no palácio das Necessidades, ainda havia ocasião para longas conversas.

Um jovem diplomata, em diálogo com um colega mais velho, revelava o seu inconformismo. A situação económica do país era complexa, os índices nacionais de crescimento e bem-estar, se bem que em progressão, revelavam uma distância, ainda significativa, face aos dos nossos parceiros. Olhando retrospectivamente, tudo parecia indicar que uma qualquer "sina" nos condenava a esta permanente "décalage". E, contudo, olhando para o nosso passado, Portugal "partira" bem:

- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que correu mal na nossa história. Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses que "deram novos mundos ao mundo", que criaram o Brasil, que viajaram pela África e pela Índia, que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos, que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje sejamos o mais pobre país da Europa ocidental.

O embaixador sorriu, benévolo e sábio, ao responder ao seu jovem colaborador:

- Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.

- Não descendemos? - reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de quem descendemos nós?

- Nós descendemos dos que ficaram por aqui...

Do Amor e da Guerra


O Amor e a Guerra. Duas situações aparentemente antagónicas. Eu, que pensei bem sobre o assunto (OK, admito que me cruzou a mente num flash), acho que não. E vou deixar aqui as minhas razões para achar que assim é, indo, de novo, contra a corrente instituída — ir contra correntes instituídas devia ser actividade enquadrável em alguma espécie de designação profissional, tipo, "Técnico de Contracorrentes" ou "Contracorrentista Profissional". Or something…
O amor e a guerra são rigorosamente iguais. Tão iguais, mesmo, que, sendo de extremos, se tocam. Apenas há uma única diferença (mas ténue): morre-se de amor como se morre de guerras, mas menos no primeiro caso. Quem ama a sério acaba por vezes por se ver envolvido em conflitos quase tão letais quanto os suportados por quem se engaje em conflitos armados. Não se morre fisicamente, nem sangue é vertido, mas que se sofre, lá isso posso garantir que se sofre. Apontam-se "armas" a alguém e logo começam as "hostilidades". Há amores pacíficos, tal como há guerras que, excepcional e estranhamente, também o são — as que não envolvem confrontos directos e que se desenrolam em bastidores e cenários ausentes de explosões, como no seio de empresas ou entre dois rivais. As chamadas guerras surdas. Mas para mim "amor" e "pacífico" são conceitos tão opostos quanto os do assunto que trato aqui. Convenhamos, por uma questão de raciocínio, que pacífico é o solteiro. Este é aquele que não tem de gerir emoções e afectos para com outrem, a sua suposta cara-metade. Todos os outros: preparem-se! Amar não é só la-la-la. É começar numa senda que pode terminar bem, como pode terminar em derrota declarada.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Quando um Clone Trooper também se... descuida...

Impagável, este pequeno vídeo publicitário hoje divulgado em exclusivo pelo EW.com a propósito do próximo lançamento do jogo LEGO Star Wars III: The Clone Wars inspirado nos bonecos que a marca dinamarquesa criou com base nas duas primeiras termporadas da série animada Star Wars: The Clone Wars. A prova de que até os mais empedernidos, agerridos e blindados também se... "descuidam". E está desmontado o mito sobre como é que estes soldados "faziam", enquanto usavam as protecções. A ver aqui.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ilustrações Automotivas


Sob este título, mas no singular, o brasileiro Ararê Novaes partilha no seu blog as ilustrações que produz, inspiradas em automóveis das mais variadas marcas e modelos. Todas têm uma personalidade própria, associada e reconhecida, aliás, aos modelos que lhes servem de inspiração. Mas o que me leva a destacar o seu talentoso trabalho é não só isso como o facto de, mesmo assim, ele conseguir fazer-nos vê-los como se algo de novo e original se tratasse, acrescentando-lhes um novo significado e aparência. E não lhes roubando a identidade própria, que todos podemos reconhecer nos "carros" retratados. Digamos que se trata aqui de caricaturar a viatura, não lhe roubando a estética. Não nos admiremos é que parte dos desenhos (não é defeito) se baseiem em originais da realidade brasileira (corridas incluídas, mesmo as chamadas históricas). Merece visita regular e seguimento imediatos!

Alguns exemplos, dos que mais me atraíram:

Audi R15 TDI - American Le Mans Series 2009
Aston Martin DBR9 GT1 Gulf - FIA GT1 2010
Toyota Tundra nº 15 - Nelsinho Piquet
Lola Aston Martin LMP1 B09/60
Ferrari 458 GT2 - Una bella macchina

Dias de tempestade

Vieram.
Para ficar.
Espero que não por muito tempo.
Vida a andar "para-trás".
Como tem sido comigo, nos últimos dez anos.
Se alguém tiver uma máquina do tempo, que deixe aqui comentário.
Preciso de boleia.
Obrigado.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pode alguém ser quem não é?

Sérgio Godinho perguntava, naquele que para mim é um dos seus melhores trabalhos discográficos (Pré-Histórias, de 1972), "Pode alguém ser quem não é?" Eu pergunto, cada vez mais frequentemente, pode alguém ser quem não quer ser?

Pode alguém ser livre
se outro alguém não é
a corda dum outro
serve-me no pé
nos dois punhos, nas mãos
no pescoço, diz-me:
Pode alguém ser quem não é?

Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?





Senhora de preto
diga o que lhe dói
é dor ou saudade
que o peito lhe rói
o que tem, o que foi
o que dói no peito?
É que o meu homem partiu

Disse-me na praia
frente ao paredão
"tira a tua saia
dá-me a tua mão
o teu corpo, o teu mar
teu andar, teu passo
que vai sobre as ondas, vem"

Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?

Seja um bom agoiro
ou seja um bom presságio
sonhei com o choro
de alguém num naufrágio
não tenho confiança
já cansa este esperar
por uma carta em vão

"Por cá me governo"
escreveu-me então
"aqui é quase Inverno
aí quase Verão
mês d´Abril, águas mil
no Brasil também tem
noites de S. João e mar".

Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?

Mar a vir à praia
frente ao paredão
"tira a tua saia
dá-me a tua mão
o teu corpo, o teu mar
teu andar, teu passo
que vai sobre as ondas, vem"

Pode alguém ser livre
se outro alguém não é
a corda dum outro
serve-me no pé
nos dois punhos, nas mãos
no pescoço, diz-me:
Pode alguém ser quem não é?

Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?
Pode alguém ser quem não é?

"Este país não é para corruptos"

Não sou eu quem o diz — mas, pensando bem até acho que sim... erm.. que não! Cito o título da crónica, sempre certeita, de Ricardo Araújo Pereira na sua coluna Boca do Inferno. E reza assim:

Este país não é para corruptos
Em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer
    

... Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos NévoaO tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal,  quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.
O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."