quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Verdade(s) de que gosto (I)

"Entre nós não há corpos divinos"

Citando uma das várias mulheres, Margarida de seu nome, com quem o escritor cubano Guillermo Cabrera Infante (1929-2005) partilhou a intimidade e que lhe serviu de mote para a obra que a Quetzal Editores lançou recentemente no mercado português, Corpos Divinos. Cit. que retiro, por sua vez, da crítica apresentada na revista Time Out Lisboa (nº 173, 19 a 25 de Janeiro 2011).


Porquê uma "verdade" e porque gosto tanto dela, que a fiz a primeira de (julgo eu) várias outras que se me ocorrerem, de que me lembre ou que comigo se cruzarem? Uma verdade porque só a vã soberba humana se poderá considerar de pura e imaculada, perfeita mesmo. É preciso contrariar-se o conceito da perfeição física, algo que não existe nem mesmo naqueles e naquelas que se convencionou (sem que alguma vez tenha entendido exactamente porquê) considerar como acima dos restante mortais — o que me faz recordar outra verdade, esta, sim, absoluta e inescapável: Memento Mori. Está assim igualmente explicada a razão pela qual gosto dela: frontal, directa e sucinta.

René Magritte, Lola de Valence (1948)

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