Quando li isto nem quis acreditar. Para mim das séries animadas mais virulentas (e virais, para a época) de sempre, os Looney Tunes dos estúdios da Warner Brothers (desde 1944) sempre foram os bad boys da animação, batendo aos pontos, para a maioria dos adultos, os lamechosos trabalhos da Disney, sempre a puxar para o dramalhão traumatizante e a sequente lágrima. Todos os seus lendários directores/realizadores — Tex Avery, Bob Clampett, Friz Freleng, Chuck Jones (de quem se comemora em 2012 o centenário do nascimento), Robert (Bob) McKimson ou Frank Tashlin, não esquecendo essa quintessência da voz humana que foi o fantástico Mel Blanc — souberam criar uma imagem de marca baseada numa violência tão absurda, gratuita, esdrúxula e surreal que, exactamente por estes excessos, se tornara um primor do humor. A isto também não foram alheias as contribuições de argumentistas como Warren Foster, Tedd Pierce, Michael (Mike) Maltese e, repetentes, Chuck Jones e Friz Freleng, cujas mentes criadoras (salutarmente conturbadas?) nos deram personagens tais como um Bugs Bunny (Pernalonga, em Portugal), um Daffy Duck, um Yosemite Sam, um Speedy Gonzales, o par Sylvester the Cat & Tweety Bird, Fohghorn Leghorn, Marvin the Martian ou Elmer Fudd. Tudo isto condimentado com música não menos invulgar e bem ritmada como a que outros históricos compuseram, como Carl Stalling, Milt Franklyn ou William (Bill) Lava.
Anunciou ontem a Warner Bros. que vão voltar aos cinemas a partir de 18 de Novembro deste ano (um filme) e outros dois em 2012, mas em formato do mais modernaço 3D. Nestas histórias curtas, todas originais, conta-se ainda com a voz de Mel Blanc em duas delas, inicialmente captada em dois temas musicais gravados para a Capitol Records nos anos de 1950s. Os filmes, dirigidos por Matthew O’Callaghan, são "Daffy’s Rhapsody" (de onde foi retirado o fotograma que abaixo reproduzo), "I Tawt I Taw a Puddy Cat" e "Untitled Coyote and Road Runner".
Foi-se, a era destes saudosos bonecos animados a 2 dimensões e sombras rudimentares. Isto agora pia mais fino. Se o Tweety Bird não levar a mal a minha expressão...
'Disparo, não disparo?' parece perguntar o Daffy em "Daffy’s Rhapsody" via CartoonBrew.com |
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