quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Atados"

"atados" é um dos textos que mais gostei de ler no blog do colega P L O C K I N G. Depois de interiorizar bem aquilo que nele se transmite, não me consegui impedir de pensar como parece ter sido tirado da minha cabeça (não, não estou a reclamar autoria) tal a coincidência e comunhão de pensamento. Cito o seu início, com a devida vénia (espero que não se importe):

"atados"

"Ninguém faz nada", "não há quem faça nada", "deveria haver alguém que". "Eles" isto, "eles" aquilo… Nestas ubíquas expressões populares, "Ninguém" ou "Alguém" são invariavelmente terceiras pessoas, com a cada vez mais utópica responsabilidade de nos resolver os problemas. São portanto seres cada vez mais míticos e certamente já endeusados. O sebastianismo português conjugado com o fado e com a "culpa é sempre dos outros" faz de nós uma sociedade atada, de atados. Esta mentalidade passiva admite a permanente progressão do estado sobre as nossas vidas, que não tarda em atingir cúmulos absurdos no campo social, económico e político se não lhe efectuarmos a devida oposição. Porque nos alheamos, não nos interessamos e claramente neles delegamos, acabamos governados por tecnocratas e burocratas que nos mandam e desmandam por via de uma legis, um conjunto de regras, obrigações e deveres que cada vez mais nos privam das nossas liberdades individuais e consequentemente da nossa capacidade de intervenção e de iniciativa. (...)


O texto termina assim:

(...) Com mais ou menos socialismo "progressista", com mais ou menos social-democracia "moderna", que no século XXI tanto se diluem e confundem. Iniciemos pois essa discussão sob pena de nos quedarmos, uma vez mais, pela espuma. Se não por nós, pelos nossos filhos.

Agora impõe-se a pergunta: onde, exactamente, deverá ter lugar a discussão? Parece-me óbvio que um dos locais de eleição (em mais de um sentido...) deveria ser a Assembleia da República, mas, pensando bem, e relendo o texto e pela experiêcnia própria que já vivi, afinal "eles" não são assim tão merecedores da "nossa" confiança e, quiçá, a Assembleia raras vezes em Democracia portuguesa se tenha revelado como um verdadeiro fórum representativo de quem vota nos que naquele hemiciclo se sentam. Mas como somos "nós" que os "lá" colocamos por meio do "nosso" voto (desculpem a repetição), que tal usarmos as próximas eleições legislativas de 5 de Junho de 2011 para o fazer? Antes de "os" sentarmos "lá".

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