sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"O Homem do Castelo Alto", de Philip K. Dick

(não tarda, algum dos meus não-leitores vai achar que este se tornou num espaço literário; arrisco [insisto?], mesmo assim, apesar de tal assunção estar longe das minhas intenções.)


Não possuo esta recente edição da Saída de Emergência, de uma das mais marcantes, e porventura das menos conhecidas, obras do meu escritor preferido de Ficção Científica (atrevo-me a chamar o estilo de Fi-Ci). Tenho um exemplar em formato de livro-de-bolso, adquirido nos idos de '980s do século passado, lançado na defunta colecção "Argonauta" dos Livros do Brasil.

À época, a leitura de "O Homem do Castelo Alto (1962)" impressionou-me de tal forma a ponto de se ter tornado quase-quase no meu livro favorito de todos os escritos por PKD (tenho 22 deles, a propósito; a título de curiosidade, veja-se aqui a bibliografia completa do autor). Por duas razões. São elas (um)a História Alternativa dos Estados Unidos e o I-Ching.

Por feitio (defeito?), tudo o que me cheire a "alternativo" (declaradamente revelado como tal, ou porque suspeito que o possa ser...) me atrai de imediato. Obviamente que a História se inclui neste grupo. Neste caso será o "E se...?" que me ajuda/põe a pensar de outra forma e a tentar perceber a que ponto a não-linearidade nos poderia tornar outros.

A segunda razão que me encantou nesta obra em concreto deriva das constantes menções (que me levam mesmo a dizer tratar-se de um dos personagens) ao I Ching. Até à data tinha ouvido falar deste livro-oráculo, sem ter sentido necessidade de aprofundar o tema, mas a forma insistente como era abordado em "O Homem..." apontou-me também nesta direcção. Confesso que andei uns tempos a transportar comigo as 3 moedinhas da ordem (e a usá-las, pois então!)...

Pensando bem, acho que o vou ler de novo, mesmo que em páginas entretanto amarelecidas pela passagem do Tempo. Ou serei eu que estarei desfasado dele? ;)

Não é minha intenção avançar intelectualizar demasiado o livro agora reeditado e, por isso, vou terminar este texto. Apenas o escrevo como dica, na esperança de poder vir a cativar mais alguém para o homem, o do castelo alto e o outro, o autor e a sua obra. Entretanto, e graças à simpática oportunidade dada pela editora, aconselho a leitura do excerto de 11 páginas de "O Homem do Castelo Alto", que se inicia com um ensaio de Nuno Rogeiro intitulado "DE UM CASTELO AO OUTRO - Engenharia e Engenho na Ficção “Científica” de Philip K. Dick" e continua com "Um olhar detalhado sobre a obra completa" de PKD.


"Tenho um amor secreto pelo caos. Devia haver mais."

Disse Philip K. Dick. Subscrevo sem reservas...

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