segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fluorescent Black: que grande filme!

Menti. Não se trata (ainda?) de um filme. Mas de Fluorescent Black, uma BD americana escrita por MF Wilson, desenhada por Nathan Fox e colorida por Jeromy Cox, que algum dia, espero que não muito distante, chegará às telas das salas de cinema. Esperei quase um ano pelo livro, depois da encomenda feita na BDMania. Valeu a espera e li-o esta madrugada de uma assentada (há muito tempo que não me dava uma tamanha insónia...).

O trabalho, um tríptico Biopunk (palavras do autor) publicado originalmente na Heavy Metal entre 2008 e 2010, reunido no livro que possuo, editado pela revista em Junho de 2010, fala-nos de uma sociedade a um tempo distópica/utópica (sic; leia-se a introdução do argumentista) em que a genética divide os (muito) ricos dos (muito) pobres na ilha cidade-estado de Singapura de 2085. Aqui, os Superiores, detentores do poder e do dinheiro vivem nos seus corpos e cidade limpos e perfeitos, cada vez mais belos, limpos, ricos, saudáveis, egoístas e inteligentes, separados apenas por duas pontes fortificadas daqueles, os Inferiores, que vivem no ghetto de Johor Bahru, um gigantesco bairro de lata biológico habitado pelos rejeitados e ostracizados da sociedade, violentos, mental e fisicamente doentes, feios, tatuados, dependentes de drogas e transplantes feitos com os restos dos orgãos daqueles que matam para sobreviver mais uns dias. Aqui reina o caos, a miséria, a destruição e a anarquia. Os únicos valores que ainda significam algo são os órgãos e sangue humanos, recolhidos por todos e transaccionados, modificados entre os que deles necessitam para que os seus corpos não colapsem definitivamente. Aqui vivem os enxertados, em mais de um sentido do termo. Pelo meio, um grupo de improváveis "revolucionários" que, sob o lema "Free the gene!", planeiam derrubar a barreira entre si e os poderosos, restabelecendo a democracia genética e social ao dar a todos acesso ao Ultagénio, um produto desenvolvido num dos laboratórios dos Superiores e que permitirá normalizar o genoma dos inferiores, tornando-o igual aos da classe dominante.

Esta é a sinopse que me apeteceu escrever. Clicando na primeira imagem infra aceder-se-á a outra(s).  Não quero entrar em mais detalhes do enredo pois considero que esta obra gráfica merece ser lida e possuída — termo curioso, considerando o tema... Visualmente forte, o desenho acompanha com competência a caótica agressividade (o Biopunk, lá está) espelhada nas palavras do argumentista. Mas no fim.... Não conto!!

Que filme que eu esta madrugada li!




2 comentários:

  1. Estas imagens cor-de-rosa/fluorescente/preto são muito bonitas!
    Z. obrigado pelo teu interesse em quereres saber onde é aquela assinatura grande, fica numa fábrica abandonada perto do Cascaishopping, na zona de Bicesse (?).
    Abraço :)

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  2. E havias de ter o álbum na mão. O efeito é muito mais vincado. Quem sabe, não ficará alguma inspiração para ti? ;)

    Tem piada que hoje estive na zona do shopping (tou de férias LOL). Vi uma coisa tua num dos pilares da via rápida, perto do autódromo.

    E mais uma vez os meus obrigados & coisas quejandas, por te dares ao trabalho de me visitar e comentar. Abraço! :)

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