Liberdade. O que é a Liberdade? Como se conquista? Acima de tudo, a questão cuja resposta me escapa é: como se pode perdê-la? Nascemos todos livres (ouve dizer-se) e, ao correr dos anos, a educação, a sociedade (os "outros", sempre os "outros"...), se encarregam de no-la fazer esquecer. Com o objectivo (?!) de nos adaptarmos... aos
outros acabamos esquecendo que a já tivéramos connosco. E fômo-la perdendo. Deixámo-la escorrer por nós, por razões que deixámos que nos controlassem. Deixámo-lo acontecer.
O comodismo e o conformismo levaram a melhor sobre o melhor que cada um de nós traz para a Vida: a pureza de sentimentos. Perdemos o lívre arbítrio, responsável e não egoísta — com o amadurecimento gostámos de fingir que o temos; mas já o perdemos pelo caminho.
Não. A minha ideia de Liberdade não passa pelo "eu-faço-o-que-quero-ee-que-se-dane-o-resto". Nem é, sequer, um desejo de anarquia pela anarquia, na qual cada um ignora os outros, bem como as consequências que alguns dos nossos actos neles poderão causar (afinal não é isso que tem acontecido ao longo da História humana?). A confundir Anarquia com Liberdade, então antes lhe preferiria chamar de "Anarquia responsável". Um modo de estar em que as minhas ideias e decisões e a minha forma de querer entender o mundo só a mim dissesse respeito, nunca perdendo de vista aqueles que me rodeassem, que, por sua vez, teriam todo o direito (mas também o dever) de assim agir.
Será utópica, esta forma de encarar a Liberdade? Demasiado... libertária, talvez? E se todos a tentássemos?