Vinha hoje (como quase sempre) na viagem casa-escritório a ouvir música. Calhou, a dada altura, ter chegado a vez do mais recente álbum do Peter Gabriel,
New Blood, posto à venda desde o passado dia 10 de Outubro. Peter Gabriel, além de tudo o mais, será para mim sempre o epítome do músico que transmite quase na perfeição a suas qualidade humanas, partilhando connosco, na forma poética que lhe é característica já desde os tempos de líder dos Genesis, a dureza (mas também a esperança numa redenção) das realidades em que vivemos.
Escutando com atenção as suas palavras, acompanhadas de arranjos sinfónicos (no caso deste trabalho apenas com recurso a orquestra e vozes), somos confrontados com o interior dos nossos próprios actos enquanto membros de uma sociedade que ganhou o hábito de se virar para dentro de si própria. Para mim são chamadas de atenção e foi neste exacto princípio que decidi aqui destacar, em vídeos da versão de estúdio e da gravação ao vivo em Setembro deste ano, em Verona, o tema
Wallflower, originalmente integrado no seu
4º álbum a solo de 1982. Nas
palavras do próprio, este tema foi inspirado na
Amnistia Internacional, nos prisioneiros de consciência e nos torturados, mas (falo por mim) é tão rico e profundo que toca em cordas ainda mais profundas e individuais. Porque as prisões se revestem de diversas formas, que não somente as feitas de barras visíveis.
Emocional, como o autor afirma.
6x6 from wall to wallShutters on the windows, no light at allDamp on the floor you got damp in the bedThey're trying to get you crazy - get you out of your headAnd they feed you scraps and they feed you liesTo lower your defences, no compromiseThere's nothing you can do, the day can be longYour mind is working overtime, your body's not too strong
Hold on, hold onHold on, hold onHold on, hold onThey put you in a box so you can't get heardLet your spirit stay unbroken, may you not be deterred
Hold on, you have gambled with your own lifeAnd you face the night aloneWhile the builders of the cagesSleep with bullets, bars and stoneThey do not see your road to freedomThat you build with flesh and bone
They take you out and the light burns your eyesTo the talking room - it's no surpriseLoaded questions from clean white coatsTheir eyes are all as hidden as their Hippocratic OathThey tell you how to behave, behave as their guestYou want to resist them, you do your bestThey take you to your limits, they take you beyondFor all that they are doing there's no way to respond
Hold on, hold onThey put you in a box so you can't get heardLet your spirit stay unbroken, may you not be deterred
Hold on, you have gambled with your own lifeAnd you face the night aloneWhile the builders of the cagesSleep with bullets, bars and stoneThey do not see your road to freedomThat you build with flesh and bone
Though you may disappear, you're not forgotten hereAnd I will say to you, I will do what I can doYou may disappear, you're not forgotten hereAnd I will say to you, I will do what I can doAnd I will do what I can doAnd I will do what I can do
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